sábado, 3 de janeiro de 2015

NO VELEIRO DA VIDA

Clodomir Monteiro

no ouvido
            a novela
no olvido da vida
leva em tela ela
            do vídeo

pro movido
            a chancela
chance vende no vidro
lá na tela estrela
            martela

no enredo
            a dúvida
de tendo coze ao vivo
cá lava naquela casa
            panela

o segredo
            protela
protesta olho no vídeo
cena olha já vibra
            o tape             

a novela
            revela
ser vida no rádio
com sono cose toda
            flanela

ouvido
            na tela
vi vendo ou vindo
firma forma
            tapeia


MONTEIRO, Clodomir. Derroteiro de rotinas. São Paulo: Quíron/Práxis, 1976. p.15

quinta-feira, 3 de julho de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

PÁSCOA DO SENHOR JESUS

PÁSCOA DO SENHOR JESUS
Clodomir Monteiro
Rio Branco


VIVA  FESTA COMUNHÃO
NO JARDIM LIBERTAÇÃO
PÓS EXILIO POVO AQUECE
TRÁS DAVI E SALOMÃO
ASMO PÃO RECORDA FUGA
VAI LEVANDO A DOR DO MUNDO
DESCE O CORPO REDENTOR
SAGRA TERRA  SOB A CRUZ

CÁLICE  DA NOITE  CHEIA
FLORES SÃO DA LUZ PRIMEIRA
PAZ CALVARIO LUA  MESSE
VERÃO VINHO EUCARISTIA
DOCE ADORNO  ANDAR TRANSMUDA
SOL INVERNO MARTIRIA
DIA PLENO DO AMOR
MESA FARTA DA FAMILIA

FELIZ PASCAL SOBE O MONTE
PASCOAL DAS OLIVEIRAS
SANTUARIO UNE A PRECE
FINO AZEITE DA UNÇÃO
SINO ANDOR ANDAR AJUDA
SOLO OUTONO PARUSIA
ASCENSÃO CELEBRAÇÃO
PÁSCOA DO SENHOR JESUS

quarta-feira, 9 de abril de 2014

TECNOGONIA

Clodomir Monteiro


o pombo
    no lombo
         do lobo
              é assombro

agora
    aflora
         a hora
              da glória

demora
    memória
         lendária
              vigora

o lobo
    no lombo
         do pombo
              escombro

do globo
    no tombo
         engoda
              em lobo

engloba
    na gleba
         em roda
              já faz

estória
    ou lenda
         da senda
              da paz

do rombo
    no roubo
         na venda
              do robô

agoniza
    a glória
         no olho
              em rodós

agora
    degola
         na gula
              decola

demora
    no mora
         do mar
              nuclear


MONTEIRO, Clodomir. Derroteiro de rotinas. São Paulo: Quíron, 1976. p.47-48

sábado, 4 de janeiro de 2014

LANTERNA DE ARISTÓTELES

Lanterna de Aristóteles
acima das pirâmides

Clodomir Monteiro
Rio Branco
02.01.2014

Que tal pássaro
de trocar ninho
retoca ano
reviva adivinho


passar o tempo
ninho sagrado
deva carinho
amor consagra


c amará[1] mar
guarda do vinho 
repita gosto
espraia advindo

camarodonte
bem passadinho
beba areia
renova no vinho





[1]              Quero que seja:
C amará, com acento agudo no á final
E não um teimoso chapéu no primeiro a.
C amar á é ser vivente do nordeste.
No poema acima o c está separado apenas para manter o morfema (o vocábulo de origem indígena)